
Toda vez que se fala em reforma tributária, surgem propostas que impactam fortemente empresas, contadores e gestores.
Recentemente, a Receita Federal anunciou uma iniciativa tecnológica ambiciosa: um sistema que não apenas substituirá impostos antigos como PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI, mas também promete operar em escala e complexidade muito superiores às plataformas atuais.
Quando a Receita compara esse novo sistema ao Pix, ela destaca que ele será “150 vezes maior”, não em volume de transações, mas em volume de dados detalhados.
O que é esse novo sistema tributário
Primeiro, o sistema terá capacidade para processar cerca de 70 bilhões de documentos eletrônicos por ano, segundo o G1. Porque, diferente do Pix, quando você emite uma nota fiscal, há muitos mais campos de informação, como quem emite, qual produto, detalhes que permitem créditos fiscais. Logo, cada documento terá muito mais dados.
Além disso, o projeto faz parte da reforma tributária e vai viabilizar a cobrança da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), tributo federal novo, e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unificará impostos estaduais e municipais. Esses tributos substituirão vários tributos vigentes como PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI.
Principais funcionalidades e efeitos esperados
Em tempo real (ou quase isso), será possível usar o módulo de split payment, que vai separar automaticamente os valores de impostos no momento da transação entre União, estados e municípios.
O sistema automatizará o cálculo de créditos fiscais, já considerando impostos pagos em etapas anteriores da cadeia produtiva, o que pode diminuir a sonegação fiscal.
Haverá uma conta fiscal para cada contribuinte, mostrando mensalmente o valor de débito, de crédito e quanto efetivamente deve ser pago, já descontados os créditos acumulados.
Fases de implementação e cronograma
Da mesma forma, já se sabe que o sistema está em testes com algumas centenas de empresas para validar o funcionamento sem imediatamente cobrar impostos. Em 2026, a expectativa é que comece a operar com alíquota simbólica, ainda para aferir comportamento e preparar o ambiente.
Depois disso, a CBS deve entrar em vigor para operações entre empresas (B2B), e gradualmente, nos anos seguintes, os demais tributos serão absorvidos pelo novo regime. A transição para IBS nos estados e municípios também será gradual, para evitar rupturas
O que muda para as empresas na prática
- Empresas precisarão adaptar sistemas de emissão de nota fiscal, contabilidade e seus controles internos para acompanhar os novos formatos e integrações.
- A transparência vai aumentar: haverá notificações automáticas se houver divergência no preenchimento ou cálculo.
- A gestão de créditos fiscais será mais imediata, reduzindo atrasos e burocracias.
- O período de transição exigirá convívio dos regimes antigo e novo, o que vai demandar atenção para evitar erros ou penalizações.
Conclusão
Portanto, o novo sistema da Receita Federal representa uma mudança estrutural no modo como os impostos sobre consumo serão cobrados, declarados e administrados.
A digitalização, a automação e a promessa de menos sonegação e mais justiça fiscal já desenham o futuro do regime tributário no Brasil.
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Referências
blogposthttps://www.gazetadopovo.com.br/economia/receita-sistema-150-vezes-pix/
https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/09/15/150-vezes-maior-que-o-pix-entenda-aplataforma-que-a-receita-federal-prepara-para-a-reforma-tributaria.ghtml